Maria
Prosa e Poesia
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Andarilho de Si Mesmo

Quando nada mais atrai nossa atenção,

nem os senhores da terra,

nem as senhoras com outras pretensões

é porque descobrimos que

o que pende de um lado ao outro,

sem a si mesmo (seu espelho) encontrar,

faz feridas, torna-se azedo, raso, amargo,

um deserto sem mosteiro e adega de sonhar.

 

Por isso, enquanto há sonhos de procuras,

de vagar, andarilhar um dia em territórios

em que nunca se foi, mesmo

que não se carregue bandeiras,

há cura e apanágio para

o que arde na adega dos mosteiros

que pendem aos ilhéus.

 

Não há como subentender essa procura

que deseja cura ao sair de si mesmo

voando em busca da paz que ronda

a floresta de sombras, ao desejo

de ser portátil e não volátil,

condizente e alar de parafina os alados.

 

Seja andarilho de poucos.

Seja! Andarilho de Si Mesmo!

Maria
Enviado por Maria em 15/10/2022
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