Em algum lugar eu quis falar
que quando morremos para nós mesmos
temos chance de pertencer ao outro.
Não de posse.
Mas de conquista que está na paz
de, finalmente, saber-se quem se é,
na liberdade de amar e saber-se amado.
Por isso, não são necessárias palavras.
O silêncio também tem música,
toca a alma e fala o que
não conseguimos dizer.
Se a vida for um teatro
quero viver nos bastidores,
onde a cortina não fecha
e as portas não existem
para os que ali transitam.
A eternidade é essa continuidade.
Quando os atores despem as máscaras,
quando são quem de fato são.
Então há a entrega.
O trem da morte é o da vida.
Pois para renascer
precisamos primeiro morrer.
Somos fênix do tempo.
Sobrevivemos ao fogo da dor,
da saudade, da ansiedade, angústia
e nos erguemos, asas planantes,
por sobre as nuvens e a terra.
O universo é nosso.
Nosso mundo é Aqui e Agora.
Feliz Aqui! Agora!
Somos pássaros.
Vamos voar!
Mas não preciso saber.
Cada dia é para ser vivido
em toda sua intensidade.
Que seja!