Quantas vezes
uma coincidência de um jogo
ou uma brincadeira
nos esconde do mundo.
A bola cai no exato
momento da foto
e esconde o menino
que mora dentro da água azul.
São as coincidências
que não nos deixam ver
com clareza o momento,
a vida ou mesmo
nos fazem tomar decisões
se tiramos ou não tiramos,
na vida, a bola da frente.
Viver com um corpo sem rosto
pode ser cômodo pra mim.
Também vivo dentro
de um cristal de água azul
no meu cantinho de reflexão.
Parcialmente escondida na água.
Misturada nela.
Por isso sou duas.
Uma é Maria.
A outra também.
As cores são diferentes,
mas ambas sou eu.
Também somos assim.
O mundo não precisa
conhecer nossa face,
mas nós sim.
É nosso espelho de vida...