Sou como uma Locomotiva,
cunhada em ferro, fogo,
brasas e carvão...
Necessito
ser alimentada
para continuar,
madeira,
achas de lenha
para a caldeira
esquentar.
Fora dela,
o esgoto do mundo,
no céu a fumaça
de cedro e sândalo,
dos pinheiros que moram
no sotão de duas vidas...
Há chances de se viciar
com o perfume...
e não conseguir mais
de dentro desse túnel sair.
Sou locomotiva
de amor.
Resiliente,
suporto tempestades
minhas, tuas... nossas...
resisto aos solavancos,
as pancadas nos trilhos
e os pontapés
que a vida pode,
em alguma parte,
da jornada,
da viagem nos dar...