Gosto do vinho campeiro...
aquele feito em barris de antigamente,
curtido, tinto e seco...
Beber de sua taça me embriaga e me faz rodar,
mas tenho saudades de um gole com paixão...
aquela taça que, quando você olha, ele, vermelho,
escorrendo para dentro,
a vontade de beber aos tonéis é urgente...
tento me equilibrar na medida certa,
mas a cor... o cheiro... o sabor...
é extasiante, embriagador.
Estou com saudades de seu cheiro...
de seu abraço de uvas italianas,
plantadas, florescidas
e frutificadas em Floresnça.
Sonho com outro momento
em que possa mergulhar nesta taça,
deixar suas gotas escorrerem
por entre meus montes,
perambular por minhas terras...
e me isolar em si...
tomar posse como se faz
quando se encontra uma ilha selvagem...
nunca antes desbravada...
por mãos de um velho carpinteiro de palavras...
Gosto do vinho...
que ficou por anos guardado só pra mim...
que seja da mesma safra que a minha...
que saiba molhar a garganta seca...
e banhar-me de cor e amor...
dos pés à cabeça...
Quero mais um gole amor...
Por favor!
Me dê o que preciso.
Eu preciso...
Eu também preciso...