Maria
Prosa e Poesia
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Minhas ânsias tocam o seu telhado

e envolvem tuas paredes

para que não percebas mais

a diferença entre o céu ou e a terra.

 

Você pode tocar o sol com a mão,

navegar em seu corpo de arco-íris,

mas teus pés continuam na terra.

É onde caminharam

os espíritos do passado

que nos rejuvenescem,

que nos fazem natal todos os dias.

 

Guardo tua esperança

em meu corpo de milagres,

uno ao teu, para que,

como espelhos de nossas cores

possamos caminhar

esbanjando luzes

enfeitadas de mil nuances coloridas

de uma ponta a outra do céu e da terra.

 

Estar junto no espaço entre o céu e a terra

sempre foram momentos especiais.

De intensa emoção

que não há palavras que expliquem.

Não vejo que estes momentos

que se perderam entre

o estar chegando e o nunca vir.

 

O nunca sempre estava lá...

sempre, veio...

e o estar chegando

sempre, chegou...

 

Também desaguo meu espírito

atachado de ânsias

no espaço entre o céu e a terra

onde o sol e a lua se encontram...

 

A lua não tem horas para marcar

para este encontro de luzes,

que seja ao meio-dia da vida,

no entardecer, na noite,

nas manhãs que se levantam cedo.

 

Por isso, eles se encontram

sem marcar horas,

sem marcar minutos,

no telhado do mundo,

no sótão da casa,

intrínsecos

às árvores da floresta

ou às tâmaras e pinheiros.

 

O lugar não importa.

Que seja num mundo romano

ou outro céu que o sol navegue.

 

Também fico

ao largo de duas paredes.

É só abrir o portão de lata do mundo

que a lua navega pelo céu,

entra pela porta

que se abre pra entrar

e se fecha pra saír,

em busca de virar sol.

 

Pode ser hoje ou ontem.

Hoje é o ontem da vida...

 

É onde morre nossa solidão

e a saudade é, hoje, sonhar

com o encontro de luzes

quando a gente deixa de ser paredes

para se tornar campo de flores

e dormir com estrelas.

 

E que este

arco-íris

seja

entre

a dor

do pó

e da argura

areia.

Maria
Enviado por Maria em 23/10/2022
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