Penso que
é assim o amor.
Sinto.
Nos desenha na alma
e, depois, é seu próprio suor
que se mistura ao nosso
para escorrer como um mar
pelo papel ainda com páginas
a serem desenhadas... ...
É como o Poeta que escreve sua poesia,
rabiscando-a demorada e mansamente,
ou...em um ou dois riscos fortes e cortantes......
joga a tinta no pergaminho do tempo....
e deixa ela se espalhar ao som de um piano
que teima em pisar as notas mais difíceis,
que exigem mais do Poeta,
que o fazem gemer enquanto escreve,
faz os dedos doerem...
a mão arder de vontade
e entrar nas palavras e poema ser...
e a poesia se faz numa mancha de tinta
sobre o vestido ou sobre o velho jeans
já carcomido pelo tempo.
Então, exausto e feliz,
o Poeta das tintas, do lápis, do pincel,
olha sua obra extasiado e sorri,
mesmo em lágrimas,
seu suor escorrendo
sobre o próprio corpo,
pois quando me desenhou
foi a si mesmo que criou...
recriou... e sorri feliz
porque renasceu...
para amar a si mesmo
ao desenhar e amar... sua Poesia...