O cristal é muito frágil,
mas o canto não.
Quando se quebra,
os cacos gritam.
E continuam com seu canto de amor
num diário esquecido pelo tempo.
Eu espero que a mudez se cale,
eu espero, em silêncio, ela falar.
Sou só um vidro fosco e surdo.
Não consigo mais ver
seu reflexo, nem o meu.
Mas sei que nossas almas
não se descolaram.
Onde você está, estou eu.
Onde estou eu, está você.
Somos um.
E disso, nada,
nem ninguém,
pode mudar.
Eu espero.
Que o hoje seja
uma nova gênese.
E que a luz
jamais esqueça seu brilho,
e seu canto de amor.