Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Quando escrevo uma carta eu me desenho nela,

busco tinta, instrumentos que possam cinzelar

cada pedaço do papel com minhas digitais.

E vou desenhando você...

É assim, usando um cinzel

que rasgo a textura do papel para formar você...

depois, meiga e serenamente

eu vou jogando as cores com meu pincel de amor...

 

Começo pelos teus dedos do pé, subo por tuas pernas...

e vou passando o pincel por cada pedacinho de tuas terras,

assim, assim, bem de mansinho, como uma pluma

que suavemente desliza nas ondas do vento.

 

Dou a volta e sigo por tuas costas,

teus braços feitos e escrevo, desenho, escrevo...

cada palavra um encanto, cada palavra uma flor,

cada linha uma prece... uma prece de amor...

 

Uma súplica para me deixar jogar a tinta em todo você...

não com o pincel, mas com minhas mãos de artista...

percorrer cada pedacinho moldando a tinta em ti,

moldando minhas mãos em ti, subindo tuas terras,

perambulando pela montanha, pela floresta,

adentrando as grutas mais desconhecidas para mim de teu corpo...

para moldar e imprimir em ti... meu amor... minha paixão...

e você ficar em mim, até o infinito adormecer em teus braços...

se você quiser amor... se você deixar... pedir...

implorar com teu olhar amor...

quando escrevo uma carta... de encantos, amor...

eu me desenho em ti... 

Maria
Enviado por Maria em 26/10/2022
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