Maria
Prosa e Poesia
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Nossos Choros

Enquanto eu chorava ontem,

você cantava pra ela

que o seu brado de amor

onde o belo se mistura

com o sonho

que você tem e almeja.

Agora entendo sua fala:

"já me misturei",

"improvisando o feliz".

 

É minha a angústia de amor,

pois sou a flor colhida e desprezada.

E não é consolo estar sempre viva

entre você e ela.

Queria estar viva em nós.

 

Mas... somos nós

que fazemos nossas escolhas.

Você escolheu partir.

Seguir outros pássaros

e colher seu amor.

Reconhecer neles a si mesmo,

encontrar neles os teus achados,

o teu interior e neste intenso encontro

fazer dele tua eterna procura e encontro.

Essas palavras são suas.

Escritas por um velho carpinteiro de palavras,

meigo e sentimental para uma flor que não sou eu.

 

Entendi as três aves de ontem.

Entendi o que você fez,

o seu choro, a sua dor.

Porque a minha angústia,

o meu choro também é o teu.

Você chora as minhas lágrimas,

a minha dor.

A minha dor da perda.

A dor de você se perder de mim

e se encontrar em outra flor.

Essa dor em mim, digo, nunca vai calar.

 

Eu? Sigo te amando.

Eu não existo sem você.

Não há vida para além de teu amor

e eu prefiro morrer

a ver você dormindo em outro colo,

acariciando outras mãos

e rebuliçando em outro rosto,

procurando em outras flores

o amor que lhe entrego todos dos dias.

Sem você, a dor vai me matar.

 

Você é o meu mundo,

você é a minha alegria,

a minha felicidade,

o meu calor,

minha água e alimento.

Você é o meu tudo.

É a luz da minha vida,

o meu amor...

 

Eu te amo, tanto, tanto:

eu também te amo.

 

 

Maria
Enviado por Maria em 27/10/2022
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