O esplendor do nada eu te entreguei
quando lhe disse que você é muito amado
e você perguntou o que isto significa
e lhe respondi: nada.
E você me respondeu:
"pra mim, não significa nada".
De fato, a vida, a minha vida
segue sozinha o caminho dos tortos
enquanto você voa com asas de papel
em busca do que já tem,
que foi lhe entregue olhos nos olhos:
o esplendor do nada
que você alcança
e sente que seja
por causa vida torta.
A vida torta sou eu
e também é meu
o brado de amor
em sua face
que você entregou
pra outra beijar.
Você me pediu para voltar,
e eu voltei duas vezes.
E se um dia cheguei de rainha,
toda de cor e, no outro,
fugi de saída com plumas de adeus
é porque sei o que era dor.
Ela estava em meu grito,
em meu brado de amor
que percebeu sua distância,
suas asas de papel
batendo em busca do que,
em mim, você rejeita receber
e não quer mais encontrar.
Já encontrou em outro amor.
Espero que você se encontre bem
e que tuas asas de papel
não se rasguem
e não caias como eu caí -
morta - aos teus pés amor.
Continuo te amando, tanto, tanto:
eu também te amo meu amor!