Maria
Prosa e Poesia
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Fogo Pirotécnico

Também corro montes por teu calor

e minhas ânsias deposito todas em tuas mãos.

Sou fogo no amainar das brasas,

faço chás para beber minhas folhas em tua alegria.

 

És meu rei, andante de minha alma,

passageiro de meus braços.

Cristalizo em teu corpo meu desejo

e no lustroso que exulta com a minha chegada.

 

Sou ânsia do que vem de teus raios,

também sou coisa fácil, meiga, maleável...

me dobro em busca de teus sais

e exorcizo em ti meus mais profundos desejos...

Sou gratidão que não te importas com geleiras

que despencam aos teus pés,

com cursos magoados de água.

 

Me espere: espero, que um dia o que é volátil

seja a porta de entrada de nosso amor...

 

Se tens ânsias de mim, se minha água te faz vida,

procura em meu banho-loiro tua força

e me faça de toda teu amor...

Beba da água que escorre

das vertentes de meus telhados...

 

Amor só de ida. Ficou.

Não quer voltar.

Mas, De volta, ninguém falou.

E retorna... num movimento dialético

de idas e vindas para em seu Fim, a paz...

paz que encontro em teus braços.

Quero abrir parte da água e me tornar etérea

como a névoa que deita sobre a montanha

e rodopia como ave de bom agouro.

 

Por isso, me guarde amor, no teu pote encantado,

feito de barro, mas com amarras que não me deixem sair... fugir...

Me deixa ser a água que se mistura com teu beijo, sem remendos,

faz meu dengo, e faz de mim sua primeira água, meu primeiro de beijo...

 

Vamos fugir... pra algum lugar...

onde você me espera com a taça de água e vinho

para abrirmos juntos a garrafa da vida, a botelha de luz.

 

Que em nossa primeira ceia

que a vida, agora, nos cedra:

você me serve de amor -

como um príncipe -

em minha veste branca

como a mais pura água...

 

E água e vinho se misturam,

todas nove horas das horas do dia e da noite,

na eternidade de nosso amor...

Maria
Enviado por Maria em 28/10/2022
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