Eu uso minhas asas e alço voo...
Faço meu voo azul pelos céus...
Vejo que sou eu que voo sozinha.
O Sol está rodeado de outras aves:
um vestido vermelho e uma água
que não se cala nunca.
Sou folha seca caída ao chão...
Sou eu que voo pelo antro do mundo,
um voo de casca que ninguém vê.
Se caio? Sou eu que caio.
Se os joelhos doem?
A mão já machucada
machucou da queda?
Claro que sim.
Mas pra que vou reclamar
se consegui, com duas mãos,
me levantar?
Hoje eu deixei
de acreditar em mim.
De que eu possa atravessar
o fogo e o mar para alcançar
o cume mais alto da montanha,
esse que eu vejo por cima da névoa que a abraça.
Sou uma pequena folha seca caída ao chão...
uma folha que cai aos pés do sol
e é levada pelo vento para onde ele for...