Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Também quero conquistar sonhos como você.

De que me adianta conquistar mundos,

viver rodeada de belezas e não conseguir conquistar

meu sonho mais lindo e por tanto tempo guardado

justamente do mundo e das coisas do mundo.

E meu sonho é você e disso não sabe. 

 

A mim, não importa se é uma sentença,

uma mortalha ou um copo em desuso.

Só entendo que se chega perigosamente

perto de uma despedida, despedida, ainda, não é.

Mas, se for, que seja para renascer na eternidade. 

 

Quando encontramos uma pedra bruta

e a descobrimos de grande valor,

mesmo não lapidada, não permeada

por mãos humanas, uma pedra encontrada ontem,

hoje ou amanhã, no caminho da vida,

se entendemos de pedras, sabemos o seu valor...

Se para nós ela tem valor, é o que basta.

É nosso tesouro, encontrado por nossas mãos,

em nossas garimpagens pelo mundo. 

 

Sou pedra bruta, nao lapidada.

Nasci no alto da montanha,

mas rolei aos pés da montanha

e só me levantei porque o sol me estendeu a mão. 

 

Em mim lateja o bruto que, aos poucos, vai se lapidando,

amaciando para que se amolde, se ajuste ao tempo do sol,

o que não está certo, os erros que a vida comete

e não consegue, nunca, na vida, acertar...

 

Um jardim sempre terá ervas daninhas.

Elas existem para proteger as plantas raras,

as pétalas dos insetos e lagartas

que possam vir destruir as plantações.

 

São plantas que existem na floresta,

na beira de estradas, nas ruas,

nas portas das catedrais...

que são arrancadas

ou jogam produtos venenosos

e as matam sem saber que elas estão ali

só para as proteger, cuidar, amar. 

 

Sou erva daninha. Cresci ao redor das pedras,

dos caminhos tortos onde hoje, com enxada e pá,

me arrancaram e colocaram num carrinho-de-mão

para me levar a um aterro que nem sei onde fica.

Tentei fugir do destino e me enveredei

por uma trilha desconhecida.

Encantei-me com as folhagens

e árvores do caminho.

Fui sozinha e só, voltei.

 

Queria um café com coração,

mas o coração não veio...

Fiquei só, a olhar pela janela o vento

que entrava pela porta e levantava meus cabelos

e balançava as copas da árvore.

Fui só e só, voltei, pela mesma trilha...

Encontrei um sapato abandonado

que me contou um dia, alguém, andou por ali...

e como cinderela, o sapato deixou...

Talvez para que eu o ajuntasse e levasse comigo...

estava enterrado - não o pude alcançar... 

 

Apagar figuras não é um problema.

Apagar figuras é deixar a essência ressurgir.

É a alma que importa. É ela que deve aparecer nos olhos,

no seu brilho, no sorriso, nos olhares cúmplices

que surgem e se demoram na janela do tempo,

enamorados e apaixonados, como, um dia,

o tempo vai mostrar a quem não acredita,

nos risos, nas lágrimas copiosas,

na dor sofrida e causada,

nos caminhos e trilhas perdidas por um

enquanto o outro ia...

 

Nos vestimos de figuras para que não vejam a nossa dor,

mas é quando usamos mais máscaras

que sabemos e os outros enxergam

o nosso medo de sermos quem se é.

E disso você já me falou tantas vezes:

que nossa maior descoberta é a (des)coberta de si mesmo

e quando o homem se (des)cobre, descobre quem ele é. 

 

Não olhe a folhinha do calendário da parede.

Siga seus instintos de tempo, siga tua própria bússola.

Construa o teu relógio interior.

A vida não precisa de marcar tempo para ser vivida.

Nem de tempo de vida.

Se for só um segundo que nos resta -

que seja vivido com amor. 

 

Eu lamento a sua perda e a sua dor ainda tão sentida, tão dolorida.

Não conseguimos entender.

Nem eu consigo por ter perdido o irmão tão jovem

carregando por tantos anos a dúvida

de que ele não soube esperar a brisa do vento chegar...

Um poeta - que escrevia poesia na beira do mar,

no alto das pedras... e de lá,

num mergulho profundo, nunca mais o vi... 

 

Eu lamento tanto a tua dor.

E queria poder te abraçar agora

e te dizer como te amo...

e que estou aqui...

estou aqui... você sabe...

 

Se perder em um caminho, significa

que ainda estamos caminhando em um...

se o rumo tem dois, e nenhum trilha,

é o rumo que precisa se decidir, não a vida...

ou, não. Não decidir, também é uma decisão. 

E, mesmo que a vida rode com um,

vacile com o outro, nós podemos

achar nossas metades e fazermos

o nosso dia ou noite de só sol, só lua... só nós...

Podemos nos perder em nós...

E essa perda que eu desejo ter... 

 

Assim, a dor não será mais aos pares,

seremos um sendo carregado pelo outro,

um apoiando o outro, um amando tanto,

mas tanto o outro que as angústias

serão dissipadas e o amor, a alegria,

a felicidade será a nossa verdade. 

 

Só podemos nos encontrar

se um vier de um lado outro de outro.

Encontros só se efetivam nas idas ao contrário.

É a dialética da vida e nela quero me perder com você.

Que nos percamos sozinhos. mesmo ganhando pouco,

mesmo frutificando no sonho dos enviezados.

E se o tempo se enviezou e nos jogou neste tempo de agora

é nele que vamos viver, como somos,

com quem nós somos, de coração aberto... 

 

Te amo! Nunca esqueça disso. 

Eu também te amo amor.

 

Maria
Enviado por Maria em 29/10/2022
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