Olho prá você
Outra vez.
E cada dia
Me intriga mais.
Onde já te encontrei?
Me parece familiar.
Olho, olho
E nada vejo
Reflito,
Faço perguntas:
O que se esconde
Sob tanta névoa?
Por que choras
Com seu abraço?
O que existe
Em tuas entranhas?
Crateras?
Minas?
Vulcões?
Produz flores
A tua terra?
Tens como
Mostrar os botões?
Podem ser vistos
Os frutos?
Ou te encontras
Adormecida
Pousada,
Quieta
Ferida,
Tragada pelas
Tempestades?
Te deixas levar
Pelos ventos?
Carregar
Pelo sofrimento?
Olho para ti,
Que incógnita!
Por que só revelas
A parte mais alta
E inalcançável
De teus montes?