Maria
Prosa e Poesia
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O Abraço da Névoa

Queria ser essa névoa densa e profunda

que abraça a montanha na manhã enevoada

e nublada de pequeninas nuvens esbranquiçadas

que ainda não se vê, mas anunciam o sol

se movendo atrás delas, para além da visão

de quem olha de longe, mas perto está.

 

Um céu de amor borda a montanha

e a névoa que a abraça e, ao longe,

mas junto, brilham pequenas asas

de uma borboleta dourada

que vai tingindo o céu

formando do quadro todo

um arco-íris de cores vibrantes e calmas.

 

A noite ainda guarda resquícios

sobre o telhado das casas.

Ali não há sol, nem luz.

É um mundo que dorme sem ver

o que o Sol e a Lua tracejam

em madrugadas onde a saudade

acorda e não dá trégua.

 

Para amainar, sem conseguir,

essa dor, o coração fala

por meio das mesmas palavras de ontem,

mas, em contemplação e silêncio

renova o amor e a paixão

que também não cala sua voz

e, infinita, traz novas cores e felicidades

que até o vento que agita as cortinas

ecoa na parede que me abraça nesta manhã

em que a saudade sufoca, aperta,

mas sabe que nunca estamos longe

porque o amor não mede distâncias,

o amor suplanta canais e pontes

e corre montanhas

para entregar aos passarinhos

cordéis de amor e manjares

tecidos à quatro mãos

no leito de sonhos,

nas madrugadas de dois

que, mesmo o mundo material explodindo,

vão sempre, sozinhos, juntos ficar.

 

Te amo tanto, tanto:

eu também te amo!

 

 

Maria
Enviado por Maria em 02/11/2022
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