No infinito do tempo somos pássaros que voam ao delento
sem pressa e sem preocupação se seu voo vai para Leste ou para o Oeste,
para o Sul ou para Norte, deste os leve para a direção de si mesmos.
Nossos encantos às nuvens ao vento e aos céus de nossos olhares
de ânsias e procuras evidenciam nossas similaridades e nossas diferenças,
cientes de que, é nas similitudes e singularidades
que a vida se faz exuberante e vivaz
e que o aprendizado deste conhecimento nos permite viver
na partilha de um mesmo objetivo:
deitar-se e amparar-se em nossos próprios pés e caminhar juntos,
buscando sempre de novo, diuturnamente,
conhecer e enxergar nossa beleza interior e exterior,
a essência e a profundidade de quem realmente somos.
Somos pedras de jaça e é isso que nos confere valor,
que nos diferencia das outras pedras,
que nos permite somarmos nossas cores
e nos fundirmos numa joia de raro,
inusitado e inestimável valor.
Só assim, na busca de nos vermos, aceitarmos,
entendermos e compreendermos a nós mesmos
em nossas interioridades, certezas e incertezas,
em nossas loucuras e paixões
é que conseguiremos ter uma outra visão
de nossos mesmos:
somos a saída, em tamanha e tremenda imensidão,
de nossas perdas e tantas tristezas
capturadas pelas dores da vida.
Também aprenderemos que nossa perfeição está,
justamente, em nossas imperfeições
e que, ao compreender e aprender com elas (con)viver,
não há mais por que destruir e criar feridas
em nossos próprios corações.
É assim que nosso propósito de só amar
nos permite encantar com nosso voo de eternidade
em nuvens e ventos que nos conduzem ao delento
de paz na imensidão de nossos seres de luz.