Maria
Prosa e Poesia
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Textos

No tempo da vez,

no caminhar por entre as galáxias

e nebulosas do universo,

sou sempre o contrário

e avesso de mim mesma.

 

Alterna-se a ordem,

mas não a essência.

 

Sou o princípio

e o fim, e assim

que algo se inicia

também finaliza

e sigo para

um novo minuto,

uma nova melodia.

 

Então há sempre

um ponto de partida

e um de chegada

no mesmo espaço do tempo.

 

E disso não há,

como de todo perder.

 

É assim que sou,

homem e mulher,

ao mesmo tempo.

 

Sou costas e perfil,

a máquina que gira o tambor

que ressoa da continuidade do vibrar

de meu eixo da mola da vida.

 

Sou o sabor da fruta

e a fruta que dá sabor ao palato,

que dá sabor aos meus pra dentro

e me engala de ânsias e procuras

pelo prazer desse degustar

que se materializa na mutualidade

e partilha do todo que sou em mim.

 

Sou o conflito que acalma

no repouso de teus braços feitos

e ao mesmo tempo me aflita

de quereres e desejos insaciáveis

e prenhe de novas batalhas.

 

Sou o nada que é tudo,

tão intenso e profundo

que se faz indizível

e se exprime em sentires

apaixonados e enamorados

pela vida que sou eu, que é você.

 

Sou o princípio,

a veste dos vivos,

e paramento dos mortos.

 

Se sou assim,

(In)Feliz, assim sou.

Maria
Enviado por Maria em 02/11/2022
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