Não quero viver como mulher adormecida.
Quero ser despertada na aurora do dia por meu amor
e abrir os olhos com sua presença em minha vida,
dançando, ainda entre os lençóis nosso amor de ontem.
Quero todos os meus sentidos aguçados, despertados
para me voltar para você e te ver, em toda tua nudez,
espelho da minha, perceber em ti aquelas marquinhas
onde posso deixar meu beijo de trilhas,
meu beijo de andarilha em tuas terras,
meu toque de piano em tuas montanhas
na essência da tua existência,
no lustroso de teu jardim de floresta.
Sou amante do conhecimento de teus pés
e desvairo por eles abrindo cada página de teu livro,
arrancando algumas que já não te fazem ser,
colocando na fogueira pra queimar
e em cinzas se transformar
para que possa jogar nas águas azuis do mar
até que se tinjam de tua veste cor.
E, no teu alvorecer, no meu despertar,
nossas cores se misturem na caixa de artes,
na caixa da felicidade formando
um só Atomic Heart,
uma só Luci d'Artista,
de cor azul e grená
e o desenho de nossa galáxia
estampada no peito.
E, cada vez que a tempestade chegar,
que saudade enfurescer,
que a dor cortar, querer matar, na distância,
no sofrimento, na doença, no medo... ...
que possamos abrir a caixa de artes
e olhar nos olhos de nossa Luci d'Artista,
nossa Salernitanta amada e relembrarmos
de nosso amor de ontem,
que se espelha em todos os tempos,
para todas as direções,
que continuam sua viagem,
agora, pela nossa própria galáxia
construindo pontes entre as constelações
e entregando nosso amor, nossa alegria,
nossa felicidade a cada estrela
que, para não morrer, para continuar a viver,
para simplesmente respirar o fôlego da vida,
continuar a bater o coração, como o nosso bate,
tum, tum, na eternidade da plenitude de nosso amor