Quando a guerra interior passar
e tua alma descansar na paz
dos que lutaram
incansáveis para não morrer,
mesmo a batalha,
concedendo a derrota,
a vida foi preservada.
Banhe-se, agora,
guerreiro de ondas
em penhascos e montanhas,
banhe-se na água purificada
das vertentes que fermentam forças
para que o corpo desguarnecido
se fortaleça e alcance proteção.
Não há luta sem perdas
e perder um pouco da alma,
um pouco do espírito para si mesmo
é conquistar medalhas de só um,
sendo conquistador de si mesmo,
é subir ao pódio da vida
para bradar a soma da vitória
que é dois que lutaram entre si,
para serem um
para formar a totalidade do ser.
Não há mais falta de ser,
nem sobras de poucos afagos.
Há beleza sem fim caindo
qual lágrimas de amor da chuva
aos pés dos solitários
para que possam beber da água
de poços profundos
para que a sede de amor se exauri.
Então continue trovejando ouro,
tocando melodias de ciganos, de surpresas.
Apoie os decaídos pelo inverno da vida,
que vivem no princípio do inferno,
pelos que não tem
um Sol de amor para os aquecer.
Quando a guerra terminou
e sobram os fardos
da derrota para carregar
não faça planos,
em trace destinos,
siga o caminho
da porta de esperas do dia,
dia imensurável
de colar seu rosto no meu.
Eu te amo, tanto, tanto:
eu também te amo!