Para entender a cor do universo
só precisamos caminhar dentro de nós mesmos.
Ali, em nosso íntimo, em nossos pra dentro,
se encontram todas as constelações
pelas quais já vagamos em busca de nosso próprio eu.
Suas cores, matizes, texturas, suas belezas
e também crateras e vulcões adormecidos
a espera de um dia um raio de luz
o colocar em ativa erupção.
Somos planetas, somos galáxias, somos pequenos sóis
que fazem seus milagres na dialética frenética
das danças das estrelas
quando tecemos a construção do edifício de palavras,
quando transformamos nosso mundo
em um só por meio de nosso olhar pela janela do tempo.
A hilética propositiva do meu caminho
é de amor a ser dado, a ser entregue diariamente
ao coração de um sol que tem ânsias de luz,
que arde por palavras que lhe falem de paixão,
que lhe assaltem em surpresas
e diabruras indecifráveis aos olhos humanos,
só perceptíveis ao mundo metafísico
de dois seres enlouquecidos
pela paixão desenfreada que açoita o corpo,
faz tremer as mãos e torna cada poro,
cada cantinho desta casa tão nossa
um oásis de amar sem pressa,
sem medo, sem preocupação,
sem nem saber como suportar
a dor latejante que foge dos olhos
para dentro dos ossos,
do corpo em constante ebulição.