A petúnia de amor que você me deu,
que só agora eu vi,
não fecha com a sua recepção a mim.
Ela fala de alegria,
de festa com a chegada,
de abraços, de sorrisos
que eu te dei e você não viu
porque nem me olhou.
Se me queres só em palavras me fale.
E eu nunca mais surjo em tua frente.
Mas minhas palavras sempre serão tuas,
como sempre foram, são...
Voltamos ao passado
onde eu falava sozinha
e você não me ouvia mais.
Aos anos em que você silenciou para mim
e viveu tua vida com outras estrelas do céu
sem nem ao menos ler o que eu escrevia.
Eu sou uma só e ainda sou você.
Se parti é porque a metade de mim me rejeitou
como se rejeita um transplante feito a força.
Um enxerto de flor mal-feito,
sem concordância do todo.
Eu vejo, amor da minha vida,
que continuamos parados
no tempo e o tempo passa.
A era já vai ao meio
e na outra eu irei para longe.
Nem sei se o pássaro
cujas asas voarei pousará ao chão.
Se não pousar nosso reencontro
será em outra eternidade.
Se pousar eu ainda posso tombar
no tempo de voo
como as árvores do meu jardim.
Talvez já tenha sido cortada,
serrada para fora de ti.
Já tombei e ainda não sei...