Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Minha alma também passeia pelo meu tempo,

viajando nas saudades de tudo que vivi.

 

Sou eu que roço seu rosto com a brandura

do coração de uma mulher.

 

Levito,

aos poucos,

o suave,

medrando a distância

entre o teu coração e o meu.

 

Me faço ternura

sobre tua face,

teus lábios carentes

de beijos e amor.

 

Ando sempre à procura

de tuas terras aladas.

Em busca de pular a dois

as cercas da vida,

ultrapassar

aos limites e as fronteiras

dos potreiros

e campos dos simples,

dos que nos entregam

a paz e a serenidade

dos pacatos, depois da batalha,

das cavalgadas de alados,

empurrando pra longe

bois e pedras

que ferem asas

e pés sonhadores de amor.

 

Roço teu corpo,

como uma arqueóloga 

que descobriu

a Tumba de um Faraó

e nela faz um mergulho tão vívido 

em busca de seu passado de egípcia

e percorre, pés nus, descalços de si, 

toda sua riqueza de detalhes inesgotáveis.

 

Abre os baús de tesouros

que o acompanharam

em sua viagem ao Além

em busca de com ela se encontrar...

 

Avanço por tuas cavernas trazendo à tona 

nossa história de cem anos

quando éramos conde

e condessa de Carnarvon

monarcas no Vale dos Reis.

 

Percorro tua tumba

ainda intacta de minhas mãos,

de cima a baixo, de frente, de trás,

do lado certo, ao contrário

Vou ajuntando um a um

o amontoado de objetos antigos

nos recintos mais íntimos de tua estrutura,

toco delicada e meigamente,

com minha presença de beijos

teus fragmentos de pedra calcária,

 

sou saqueadora de teus tesouros

és meu alvo... de tocar

os lugares mais sagrados

de tuas entranhas e saliências 

que aguardava, erguida de flores

silenciosa e ardente,

por milhões e milhões de anos,

o meu abraço de chegar...

 

Roço o rosto em dor

e trabalho curandeiro

o sopro de vida

na face de ânsias.

 

Caminho pela voz dela.

Repasso, torto

em pé, firme

e com azul de cor,

seu rouco despertar,

seu pijama envolvendo

a mão acolchoada

que redemunha pitangas

em meu amanhecer.

 

Roço o rosto em busca

da paz e do silêncio,

mas o sol faz vesgo o caminho,

pois arde e faz de novo me perder

em sua tumba de luz e calor

que de paz é, só, aparente.

 

 

 

Vivo, morro, revivo e faço. Regeram-me a responsabilidade de alimentar de água os passarinhos, melros flechados pelo cupido em seu voo de alturas. Revoo, ando na paz da Guerreira dos So, corro em suas ruas, me enviazo pelas ruelas e avenidas quase nuas e só pra mim, meu andar de colosso.

 

 

 

Que as gente se afastem! Que se vão para algum lugar e me deixem sozinho com minha água que guardo em pote encantado. Junto não vou pra esse lugar calandrado de medo. Tenho receio de que flechem, com água dos impuros de amores passageiros, quem voa desavisado: meu melro de belo e apaixonante canto, minha água doce, meu lindo amor.

 

Minha alma também passeia pelo meu tempo, viajando nas saudades de tudo que vivi. Sou eu que roço seu rosto com a brandura do coração de uma mulher. Levito, aos poucos, o suave, medrando a distância entre o teu coração e o meu. Me faço ternura sobre tua face, teus lábios carentes de beijos e amor. Ando sempre à procura de tuas terras aladas. Em busca de pular a dois as cercas da vida, ultrapassar aos limites e as fronteiras dos potreiros e campos dos pacatos, dos que nos entregam a paz e a serenidade dos pacatos depois da batalha, das cavalgadas de alados, empurrando pra longe bois e pedras que ferem asas e pés sonhadores de amor. Roço o rosto em dor e trabalho curandeiro o sopro de vida na face de ânsias. Caminho pela voz dela. Repasso, torto em pé, firme e com azul de cor, seu rouco despertar, seu pijama envolvendo a mão acolchoada que redemunha pitangas em meu amanhecer.

 

 

 

Roço o rosto em busca da paz e do silêncio, mas o sol faz vesgo o caminho, pois arde e faz perder-se em sua luz e calor que de paz é só aparente.

 

 

 

Vivo, morro, revivo e faço. Regeram-me a responsabilidade de alimentar de água os passarinhos, melros flechados pelo cupido em seu voo de alturas. Revoo, ando na paz da Guerreira dos So, corro em suas ruas, me enviazo pelas ruelas e avenidas quase nuas e só pra mim, meu andar de colosso.

 

 

 

Que as gente se afastem! Que se vão para algum lugar e me deixem sozinho com minha água que guardo em pote encantado. Junto não vou pra esse lugar calandrado de medo. Tenho receio de que flechem, com água dos impuros de amores passageiros, quem voa desavisado: meu melro de belo e apaixonante canto, minha água doce, meu lindo amor.

 

 

Maria
Enviado por Maria em 20/11/2022
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