Em meio ao fogaréu primário
que se faz primazia
entre as horas da noite
sempre deixamos
no outro um pouco de nós,
um pouco do que tínhamos.
Uns perdem as mãos em peles,
outros o creme da felicidade
em se amar.
Com o tempo perdemos metade de nós,
uma vai metade vem pra cá,
para as grutas de Nadim,
outra metade vai pra lá,
para os campos
de terras férteis de Não-me-toque.
É tanta fusão
que não se acha mais
o princípio, nem o fim.
É esse toque de charme
no charque da vida.
O Chorrochó de Carrasco Bonito
que a vida prepara pra gente.
E a ressaquinha vem logo depois
no passa e fica que a gente
brincava quando criança.
Neste afâ tem voltas e dias.
É um vai e vem sem parar.
essa graciosidade
que nos leva além,
bem além da vida
da janela do tempo
onde indolência não há,
mas vive o homem do torto
que morre em minhas
mãos de chocalho.