Onde tu estavas esse tempo todo
que não me achou
e não se deixou encontrar por mim?
Sei que o passado já aconteceu,
mas queria ter vivido tudo dessa maneira...
viciante...
já sou dependente desse prazer
que não precisa álcool ou droga, só amar...
e amor de profundidade,
com a luz das sacristias,
a luz das velas em procissões
ao som dos cânticos dos monges nas catedrais
ecoando nas conchas acústicas da alma,
reverberando em mim, em ti,
desmantelando todas as crenças sobre o amor
até aqui estabelecidas e conhecidas.
Nunca imaginei que uma tecla de piano
e uma ou duas palavras pudessem fazer
uma revolução dentro de mim
a ponto de me perder e nem saber onde estou.
Eu vejo tudo meio nublado,
meio enevoado, de tanta paixão.
Nem sinto mais meus lábios,
só sinto o corpo latejando desejo...
tu me deixas tão livre e parece viver
com a mesma intensidade
as mesmas emoções, sensações em ti...