Todo mundo partindo, indo embora. Um combinado que me fará sofrer mais uma vez. Eu vi a mensagem escrita na parede: não te assustes, mas uma outra luz virá um tempo em teu lugar para que se cumpra o destino a ti outorgado.
Não vou partir.
Nunca parti de você.
Jamais te abandonei.
E não é agora que isto farei.
Me nego a participar de um jogo de partidas
e dores que me matam cada vez
que precisam uma história escrever.
Se quiser ir embora vai.
Mas eu não vou.
Não existe nada que me faça partir de você.
Vais ter de me expulsar, me jogar pela janela,
me matar para que então eu não esteja mais viva
para minha vontade fazer.
Não parto!
Para de me mandar embora.
Chega!
Não aguento mais isso.
Um dia me mata, noutro me manda embora
e eu ainda levo a culpa pela sua imensa dor e tristeza.
Roça lavada, oras!
Não vou mais molhar o corpo com lágrimas
deliberadamente construídas por você
só para uma poesia escrever e eu chorar e mais dez criar.
Acabou.
Se quer morrer, morra, se quer partir parta,
quer lágrimas?
Chore você, mas eu nunca parti e não vou partir.
Não vai ter história de partidas.
Partidas nunca mais.
Escreva outra história.
Corte, recorte, mas nada de me fazer partir.
Mude o roteiro, crie um enredo de um amor
que nunca quis partir, escreva a história
de um amor de dengos e belezas
que vive carinhos e o ardor da paixão
que mata sim e traz dor, mas dor de amor
junto ao remanso de paz que vem depois.