Não estou ausente de ti.
Estou aqui, querido,
escrevendo uma carta para você.
E a tua voz vem nas ondas do piano
que teclas com tuas mãos
que ia beijar de mansinho quando chegasse...
A saudade também dói e sangra em mim.
É assim que estou.
Mas minha ausência
se perdeu no tempo e lá ficou
não volta mais...
E me perguntas por que estou aqui
a lhe cantar tão meigas palavras,
acarinhando sua face no mistério
que a vida nos deu
de nos entrelaçarmos
almas nas horas insólitas
das quatro estações do dia.
Não, amor, nunca estive
não estou ausente de ti
mas, talvez... talvez
você já de mim partiu
e, hoje, estás ausente de mim...