Digo baixinho, sussurrando,
digo com medo de ofuscar o ser,
azedar o tempo despendido em me ler.
Vejo um coração que
ainda vive num tempo perdido.
Fala da falta de um grande amor,
do calendário dos amores de fantoches,
da paz comprada, tempo
de amores criados que só fainam dor.
Um mero sonhador
de um paraíso encantado
para quem o impossível deixa a desejar,
o possível não é, e entrega linhas
que ensejam o ficar sozinho
o mais tempo que puder.
Então fique sozinho o mais que puder,
se misture com sua corda bamba,
trocando esquinas,
fazendo até alvenarias,
sobre as luzes de neon.
Fique com tua paz de fantoches
no paraíso encantado
de um mero sonhador.