É a minha lógica dos contrários
embutida num bordão de guerra.
Se uma vez somos divergentes
e noutra complacentes nos encontramos,
lépidos, no centro de uma rima de duas terras
cujo choque, levanta a dor da gente, na calada da noite.
E nessa aproximação, nos perdemos de vez,
a vagar de um lado a outro,
a bater de frente com a dor,
a bordo do vazio.
Neste território de um rio,
uma arma apontada pra ninguém,
uma árvore esquecida pela guerra
e um jardim de nada, já orco,
de nada adiantam as patentes.
Somos iguais.
Somos um,
lutando
pela mesma causa.
Nos transformamos
na própria guerra
e em bala de matar.
E adormecemos
no sonho
de ser Rei e Flor,
onde tinha tudo,
menos amor
e muito gestar de ódio.
É quando o Sol se faz lua
e se esconde
em sua própria escuridão.
E o contrário se fez.
Então descobrimos
que tudo sumiu
e até o abraçado
do tempo se foi...
sem ter chegado,
cheio de muito fim.
De quem lutou,
não há mais quem lembre.
Transformaram-nos em estátuas
de uma guerra, onde,
quem manda, não luta.