Alma de poço, profunda,
a rebuscar na invernada,
buscando no palco e na estrada
o arabesco poeta,
sentindo na alma menina,
a música, a nota que toca
cortando a pele,
rasgando o verso,
baixinho, assim
tão silenciosamente,
vagando ao teu encontro,
no campo cruzando os voos
de asas abertas
ao som de um trovador,
sentindo as nuances do amor,
paixão arrebata o coração
dedilhando a alma nas cordas,
o poeta escreve a melodia
no silêncio que me alucina
e sinto na pausa teu corpo,
tua luz que me fascina.