Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Também ouço o canto da passarinhada

da minha janela do tempo.

Aguardo a passagem

de um canto inusitado e belo

que passa por minha janela.

Em minha janela tempo

e espaço são um só,

se confundem em esperas

deste canto que não enfada,

desse canto que explicita a nudez

de minha alma em cada nota escrita.

É quando ouço esse canto

que faço minhas pausas

e destilo minha voz,

em goles sem métricas

e de rimas incertas.

 

És tu, o pássaro de luz.

Se te bastas e não te calas

minha alma se anela

em tua voz ancestral.

No teu dizer descontraído

e sem cordas,

 

quando me ouves,

meu canto de dentro

da minha gaiola

que todos os dias abro

para voar ao encontro

de tua janela que acolhe

o meu canto

e o repassa, torto em pé,

em tuas manhãs

que glorificam o amor. 

 

Se meu canto te encanta,

se belo é, reflete a ti, é espelho do teu.

Se choras eu choro, se ris eu rio,

se danças eu danço,

se amas é te amando

que a vida me sorri.

Se meu canto te alegra o coração

e repartes essa felicidade, é um dom,

a dádiva de partilhar o que temos

e nos faz bem ao coração. 

 

Quando canto é a ti que olho.

Quero fazer o canto mais belo,

que seja teu e te faça todo encanto.

Também que te leve à alma acalanto.

 

Meu canto é pólvora.

Que acorda teu coldre

e dispara teu pranto

em minhas arruelas

de teus sonhos. 

Maria
Enviado por Maria em 18/12/2022
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