Quando não tenho palavras, hoje, eu as procuro no passado.
Por isso, o passado vive em meu presente e não posso perdê-lo de vista,
porque ainda preciso muito dele para me falar, para me dizer,
o que disse e o que foi para outras pessoas.
Porque ele foi tudo o que eu tinha quando meu presente era só dor.
Ele era o meu presente. Eu vivia nele e ele em mim. E sobrevivi com ele.
Então, hoje, se não tenho palavras é lá que eu vou,
ao encontro do meu passado, buscar o que preciso para continuar a viver.
Porque eu preciso de olhos para olhar, de mãos para tocar
e, se não os posso ter, preciso de palavras.
E se o silêncio se faz... não fico mais a esperar.
Vou lá, no meu passado, buscar as palavras que preciso para meu dia viver.