Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Não sei do ranço dos pejoados,

mas do pobre sem nascença,

poeta já sem crença, eu sei.

Sou eu. É você.

 

É você que não chora

no desfazer do encanto

e não canta

no desfazer da mágoa.

 

É você que caminha

de um lado a outro do mundo

em busca de melhor dirimir sua ânsia,

em festa rápida, de goles curtos

no roçar de saias belas,

plissadas e engomadas

de sonhos com amêndoas

de amor que, sabes,

se encontram do outro lado,

do lado de lá, do lado dela...

 

O tempo passa e o sol

ainda caminha

o universo, atemporal,

como aquele homem

- da primeira página -

em busca de seus caminhos.

 

O desejo e a fome de amar

não depende de idade

ou do tempo que se vive.

 

No entanto, a alma descobre,

ao longo do tempo,

onde encontrar o amor sem mágoa,

o amor sem maldade,

o amor que não termina ao final da festa,

o amor que não vive de ranços

de uma sociedade pejoada

de vazios e sem laços.

 

Maria
Enviado por Maria em 26/12/2022
Alterado em 27/12/2022
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