Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Também ando com a saudade tatuada em meu cerne,

mas entendo os sinais da poesia

e elevo meu ser até você por meio da escrita.

Sinto o cheiro raro de tuas linhas

na distância do silêncio que se faz.

Sei que falas por outras mãos,

mas não sei que mãos ousam a tuas interpretar.

 

É que também não quero perder teus silêncios -

neles me abrigo e me consolo na música

que perfura minha alma e atravessa os sentidos e suas memórias.

E fico meio perdida sem saber para onde ir

ou em que hora do tempo a completude da eternidade vai chegar.

 

Como no canto de arana "só reconheço silêncios

entre uma nota e outra... moram no âmago".

Conheço as pausas, foi nelas que mais vivi.

Meu cais é de luz e embora não conheça as fendas das catedrais

guardo em mim teus vitrais sagrados, teus mistérios,

águas bentas e curadoras e o sacrilégio do teu amor

que me abraça na noite que chama ao leito

e aos teus braços feitos de nossos sonhos de cetim azul-carmim.

Maria
Enviado por Maria em 02/01/2023
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