Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Penso que quando dois corações se amam,

como nos amamos, o tempo não existe.

Já está zerado, pois, na lógica do amor não tem manhãs,

não há tardes, nem mesmo noite tem.

Todas as horas são horas e todos os tempos são tempos.

Somos nós que fazemos nosso próprio tempo.

Somos senhores das nossas horas

e, sendo assim, do nosso tempo. 

 

No amor, o estar junto é o tempo que conta.

Na ida e na volta importa estar dentro, perto, junto.

Sem chegadas e sem saídas. Já estamos.

Ou o Sol ainda não percebeu que o rumo

de seu caminhar já está posto e determinado?

É rumo atrevido e parado?

Não há paz nesta contradição, porque a ânsia

se confunde com a vontade de ficar para sempre

e usufruir da paz pós-conflito.

 

A dor de amor agrura os sentidos

e não há meias-paredes

que escondam seu lacrimejar. 

 

Também balbucio ao vento em sussurros

inaudíveis a dor de minhas ânsias.

E, como o poeta, sinto os açoites da vida

na mesma medida, amorfada entre os mesmos lençóis. 

 

Mas não creio que os milagres andem em descrédito,

pois é um milagre da vida o existir.

O poder que me cabe é de viver o que sou,

sem que eu me minta ou a outrem.

 

Igualdade e desigualdade vivem extremos

e, nós, muitas vezes, vivemos nas duas pontas.

E falo de questões imateriais, quando o espírito

se conhece e se faz igual, sendo totalmente diferente.

Não haveria outra forma de dois seres que se amam

se tornarem em um, somente sendo

totalmente iguais para se identificarem

e se reconhecerem como sendo parte um do outro

e extremamente diferentes para se completarem. 

 

Nosso reinado não precisa de reis ou de rainhas.

Quando se vive para o amor,

o coração comunga a vida e a felicidade.

Por isso, o desejo de fazer o outro sorrir,

ser feliz suplanta a própria ânsia

da busca de tudo isso para si próprio. 

 

Não há que ter medo, nem da dor do amor

que é amainada pelo próprio viver e existência

da procura e da busca de um pelo outro,

como não há que ter medo de alheios ou visigodos

que possam roubar a marmita de ouro diariamente entregue.

No amor há reciprocidade e confiança e disso o tempo já falou,

já revelou ao longo da jornada já feita.

 

Não consigo ver que haja como zerar o tempo.

O passado não vai morrer e o futuro

é o sonho que o hoje quer viver.

O tempo é uma mistura entre o que somos

e herdamos da vida e o vamos ser

conquistando esse campo de flores

sobre os telhados de nosso lar de felicidades,

de nosso espaço entre a terra e o céu

de nossa linda história de amor. 

 

Eu te amo:

eu também te amo!

Maria
Enviado por Maria em 06/01/2023
Alterado em 06/01/2023
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