Sou assim: como o rio
que corre em meio aos seixos de seu leito.
Não me importo com o dorso machucado
ou ferido pelos galhos e espinhos do caminho.
Olho o encantamento da paisagem,
olho o sol que nasce todas as manhãs
para iluminar o mundo e a lua
que faz companhia as outras estrelas
para o dormitar do dia
na noite em névoas de amor.
Não me assustam as tempestades
que fazem enchentes em minhas águas,
nem os dias quentes
que me trazem a sequidão às janelas do tempo.
Guardo o aroma dos silêncios
e o infinito que se derrama
nos cristais das luzes dessa canção
que me enternece os sentires
e acalma o atribulado do coração.