Se há cipós retorcidos
por necessidade de um ninho,
há líquens em tua face e floresta em teu tronco.
Também há a voz túrgida dos trigais
balouçando ao vento suas sementes,
desenhando letras entorpecidas e loucas
que voam imensidões para chegar ao teu sol.
Me pairo, náufraga de meus ideais,
a voz rouca, ofegante e silenciada à emoção,
depois de trocar asas e penas
entre os cipós e líquens da tua floresta.
Trago a letargia das horas e a paz do imo,
mãos de trigo e avental de sementes,
cimentado de nosso infinito...