Não foi a estação
que me impediu a flor.
Por primaverar havia de ser flor...
foi sim, o todo de mim
que não soube ser terra,
o perto de mim
que se intoxicou de venenos
derramados sobre meu caule...
deixei-me morrer no espírito,
fui pra longe de mim, tão longe
(onde não pude
me reinaugurar em novas pétalas)
para onde os desertos cresceram
no lugar da flor que não veio...
Sou flor, mas envenenada
nem flor seria, nem fui...
nem terra saberia ser...
nem soube ser...