Territórios Escuros
Meus olhos seguem as naus
carregadas de silêncios
que navegam os territórios
obscuros de meus pra dentro.
Minha decepção é comigo mesma
e talvez eu ainda não saiba compreender
os meandros de minha própria alma
que, movida pelos silêncios,
faz acordos com a solidão.
Sei que preciso parar de calcular perdas
e caminhar no sentido de olhar como fazer
uma flor nascer no deserto que eu mesma me fiz.
Olho os desdobramentos das coisas em mim,
aproximo-me da dor ao aglutinar
correntes incoerentes ao meu existir.
Mas, quero caminhar para longe
do mal que me derrubou.
Olho as naus que navegam
os territórios obscuros de meus pra dentro,
olho-as, calada, nesse mar de silêncios...
deixo que sigam...
que vão e levem consigo o ódio
e o rancor que não quero,
que não me permito mais, que não me pode,
de jeito nenhum, meu interior habitar...
Maria
Enviado por Maria em 11/01/2023
Alterado em 11/01/2023