Também faço morada no poema,
me entrego ao verso
e as palavras
se desenham na alma.
Caminho por entre as pausas,
dedilho linhas sem métricas
e meu desfolhar
é a verve pura e intensa
de um amor que me pariu poeta.
O poema é tão eu
que nem me reconheço nele.
É como se outro coração o visse
e o tivesse construído,
tal a beleza e amor nele contido.
Agora eu sei:
não sou eu em minhas mãos,
mas são teus os dedos de poeta,
é teu o verso em que moro
e que fala em meu coração.