Cróceos pergaminhos da alma
Já me conheces.
Percebes o cerúleo e pensativo olhar em minha mudez...
nas linhas não ditas dos lençóis de maresia...
Sabes bem que é no silêncio e aconchego
de minhas xícaras de canyons aquietados e profundos que mais falo...
Digo por linhas não escritas, palavras não ditas, reticências infindas e estrepitosas
que causam tanto estrondo que só a afonia da alma
para expressar tanto sentimento - sonhos absurdos e densos...
Neste íntimo deleitar surgem antigas iluminuras nos cróceos pergaminhos da alma...
Indubitavelmente, neste território açafroado de luz
inexiste a penúria de palavras, pois sobejam versos
no cadenciar descompassado das tessituras de meu silencioso poema...
Maria
Enviado por Maria em 14/01/2023