Sou Chamego do Nada,
o nada que se doa por inteiro,
que Olha nos Olhos e se faz Só Coração.
Sou chamego do nada e se choro
é porque há alma
que não sabe o que isto significa.
Mas, pranto
não adianta mais.
O Sol, feito lua em disparada,
ameaça com guerras
e balas de guerra
desfazer o tricô da vida
e criar a máscara
do nunca mais.
Que venha a guerra!
E que voem balas
entre o nada que é
e seu chamego!
Que se disparem,
- ameixados -
pétalas e flores
para os próximos passos,
que nos levem
até o fim dos ocasos de luz,
ao início do fim
de nossos mundos.
Que sejamos
um mundo só.
E que dele
e nele, possamos,
viver e morrer - todos os dias -
em meio ao fogo e disparos
de luzes de velas
ou lamparinas,
de dengos
e chamegos do nada.