Caminho pelas ruas onde nasceu o Sol.
Trilho paralelepípedos que seus pés tocaram
em um tempo que não conheci.
Sou sopro de luz por entre os telhados e eirados
que fazem o colorido da hora vivida.
Meus olhos percorrem as portas e janelas fechadas,
as horas caladas, os braços iluminados da hora do dia
num céu algodoado bordado de um tempo feliz.
Sou calçadas de esperanças
e acendedora de candeeiros
pendurados nas paredes de cores quentes
quando as luzes se calam
e a noite avança pelos umbrais do casario.
Mãos dadas com o Sol, caminho a memória
de um tempo que não se esquece,
que tem histórias de vida, um automóvel do tempo
e mãos de sonhos dos pés que seguiram viagem
através do tempo pela rua dos confins
em direção ao horizonte de possibilidades
que se vê na linha entre a copa das árvores
e o céu, morada minha e de meu Sol de amor.