Eu te ouço com meu coração, com minha alma.
Eu te ouço com o meu olhar na tela do tempo,
te ouço quando te falo como agora.
Eu te ouço na melodia, nas partituras
que a nova me entrega todos os dias
para acalmar meu coração, para aquietar
meu jeito ruivo e destemperado de ser.
Eu te ouço no amanhecer de procuras,
quando abro os olhos e corro ao teu encontro,
ao encontro de tuas cores de amar,
teus beijos de luz e tua serenidade azul
a me permear a alma de paz para o cotidiano do dia.
Eu te ouço quando me calo,
quando meu olhar se distancia para o horizonte
- é quanto ouço tua alma
me sussurrando na brisa do tempo -,
nas cartas que leio, nos bilhetes
dispostos e organizados nos canteiros
de teu jardim de flores, onde me acho.
Eu te ouço quando piscas
me alertando que algo preciso rever,
quando a música se cala, quando acalma,
quando corre rápida, quando se alegra, sorri,
gargalha, celebra, comemora, eu te ouço.
Eu te ouço nas palavras que deixas cair em meu caminho
como fossem minha alma feita de folhas amareladas pelo tempo.
Eu as recolho como fragmentos do teu silêncio,
como fragmentos do teu falar em meio à solitude de vida,
Eu as recolho, amor, e as guardo em minha poesia
em meu relicário do coração onde,
com ele te ouço meu querido amor!
Eu te ouço...