Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Somos flores a carregar espinhos e pétalas

que são herança de nossos antepassados.

Mas, muitas vezes, também carregamos

as dores e as feridas causadas por aqueles

que, delas, deviam nos proteger.

 

Daqueles que deveriam nos acalentar de nossos machucados,

nos alentar de nossos dissabores e tristezas interiores,

comuns à vida e ao cotidiano do dia

de tantas crianças, adolescentes e adultos feridos.

 

Quantas mulheres e quantos homens

viram crianças

e como crianças, plainam de dor

pelos espinhos da mãe, do pai.

E a dor é fenomenal.

Consome, corrói, destrói.

Viver com a dor, sobreviver a ela

é difícil, muito difícil.

 

Por outro lado a dor também pode ser

- como forma de sobrevivência,

de não morte -

o impulso para viver.

 

Principalmente, se encontrarmos alento,

acalanto, acolhimento nos braços do amor.

 

O amor promove a cura.

Não apaga a memória,

não apaga a dor,

mas nos ajuda a seguir a vida

e sobreviver ao sofrimento.

 

E nos dá um motivo para viver,

para desejar a vida e buscar a felicidade.

É com o amor que também aprendemos

a amar e a ser amados.

 

É possível! É possível!,

me disse o Sol

no outono de meus dias.

Maria
Enviado por Maria em 28/01/2023
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