Me embriago de nossas vivências do passado
quando eu amanhecia e corria pelo nosso jardim
procurando belezas e caçando borboletas
que hoje, peço, voem em meu estômago.
Eu me embriago ainda de nossas conversas
quando as estrelas ou as luzes do sol seguiam seu curso
e nós dançavamos letras em nosso espaço
eu ainda me embriago da surpresa que cada poema me trazia
da emoção que tomava conta da alma,
da respiração abalada
quando via surgir uma nova poesia
uma nova melodia criada.
e, mesmo se já havia visto essas luzes e cores
e já houvesse sentido sua nudez
era uma surpresa imensa
porque sempre estavas ligado
ao meu sentimento do momento
a emoção que vivenciava...
Tudo era novo, belo, tudo era intenso
e me embriago, ainda, dessa intensidade.
Como agora me embriago
com as surpresas do dia e da noite que vivemos.
Parece que cada dia é o primeiro,
cada noite de amor é única e a primeira.
Cada toque é novo, uma descoberta
e um desejo de repetir mil vezes
e mais uma, milhões de vezes
o que nos inebria e faz tudo ser um esplendor.
Cada sussurro é tão profundo na alma
que o silêncio se torna audível, palpável,
o sentimento cresce
e estruturas estremecem.
Eu me embriago com as emoções
de subir escadas com o coração batendo alto,
retumbando dentro de peito,
a emoção embrulhando tudo,
as pernas bambas, meio perdidas.
Quantas vezes parei em algum degrau
para recuperar a calma e amainar a ansiedade
para tentar diminuir as batidas do coração
e o calor que exalava no corpo...
E me embriago com teus olhos,
a alegria que vejo, o olhar brincalhão que me faz feliz,
que me faz lembrar nossas brincadeiras,
nossas conversas que me faziam gargalhar
ou fixavam o sorriso em minha face e olhos...
Eu me embriago de teus beijos de luzes,
de teu toque de cores,
de teu falar flamejante de todos os dias.
Me embrigado de tua verve, teu estro perfeito,
inusitado e belo,
tão extraordinário como as estrelas,
como os cometas que passam no céu
e vão deixando um rastro de luz e cor na escuridã,o
apontando sempre para todas as direções,
para um coração que tem olhos para ver,
um coração que para e contempla o céu na noite escura,
na esperança de encontrar a si mesmo
navegando no espaço sideral,
na abóboda do céu de luzes e estrelas,
dentre as quais, és a maior,
a mais brilhante,
a mais linda e mais amada.