E o mar chega à praia beijando a areia branca,
adentrando a floresta ao redor das montanhas
com suas mãos de água selvagem,
mexe a vegetação, muda os galhos de lugar,
brinca com o capim dourado, estica cada fio.
Faz tranças, tece redes
para as asas que voam perdidas
das bússolas do tempo, das ampulhetas da vida.
E os dedos se enrolam em cada folha.
São a dança do vento a soprar sua brisa,
a maresia enevoando e salgando a nossa terra.
Cada grão de tempero que cai,
faz território conquistado,
entregando as narinas da terra
o cheiro e o sabor das especiarias.
E as mãos aveludadas de névoas e nuvens,
tocam e beijam a terra que chora a saudade das águas,
que explode ao toque e à presença
de suas ondas beijando-lhe a abóboda do céu.