Eu pensei em me fantasiar de mim.
Quem sabe eu me olhando passar na avenida,
consiga descobrir quem sou
por entre o cinza de minhas cores...
Seria a descoberta do século.
Uma Maria encontrando a outra.
Uma Maria se encontrando consigo mesma
por entre os blocos do amanhã.
Talvez eu pudesse parar o bloco na rua,
me olhar mais de perto,
mirar em meus próprios olhos e dizer:
quanto tempo, quanto tempo
você levou para me achar!.
E neste momento épico,
me veria como realmente sou -
sem máscaras e enfeites.
Me veria por dentro.
Desfilaria por mim mesma
ouvindo o pulsar da vida em meu interior -
um coração que bumba pesado de sentimentos,
um coração que samba
ao sabor de seus próprios mistérios...
Neste desfile do amanhã,
me encontraria e com certeza descobriria...
o que já descobri ontem...
que sou uma desconhecida...
fantasiada até de mim...