Quero viver como essa cacheira
que esbanja vida através e pelo rio
que corre e despenca,
livre, em seus costados.
Quero ser esse pôr-do-sol
reluzente,
essa energia viva
e o calor.
A recordação do teu coração,
a memória da tua alma
das batidas do meu coração
quando se inclina ao teu amor.
Peço ser o vento
que toca teu rosto
e te faz lembrar de nós,
o contentamento
que se amplia à felicidade.
O silêncio que aquieta os barulhos do dia
e os que vem de dentro e nos fazem ser.
Quero ser a mais bela recordação,
a batida do teu coração,
a força do teu viver.
Quero ser as mãos que tocam piano,
o coração que desliza nas cordas do violino,
a música que entra por teu ouvido
chegando ao âmago do teu ser,
arrepiando a alma, desmantelando
reservas e constrangimentos,
aplacando a timidez e o medo.
Essa melodia que, serena,
vai fechando as pálpebras
e faz imaginar o sonho,
faz revoar as asas
em busca de uma nuvem
que possa nos aconchegar
e se fazer vida,
amor e lar.