Maria
Prosa e Poesia
Capa Textos Fotos Livro de Visitas Contato
Textos

Uma saudade bate forte no peito,

uma espécie de nostalgia.

 

Me vejo pensativa, num limbo,

num vazio, num espaço oco

entre um lugar e lugar nenhum.

 

A impressão

é daquele momento

que antecede uma tempestade.

 

Quando o céu para,

as nuvens ficam escuras,

suspensas, em espera.

 

Aquele momento em que o vento paralisa

e você sente que o ar fica diferente,

como se tivesse pó ou areia dentro dele

e você não sabe mais respirar.

 

Um silêncio se faz

na janela do tempo profundo

e você sabe que algo não está igual,

embora não saiba o que... 

 

Então, de repente, trovões ribombam,

relâmpagos caem na terra

e o céu desaba numa tempestade infernal.

 

É assim...

 

Parece que o tempo parou.

O tempo das horas, dos dias, dos meses, dos anos.

Mas tenho a impressão que parou no passado,

em algum momento lá atrás...

 

Ou, que se dividiu em duas partes.

Uma que me faz viver um passado que já vivi

e me foi muito dolorido.

Outra, que me faz viver no presente

e me enche de felicidades.

 

Quero viver o presente. 

É ele que me cabe viver agora.

O passado já passou, paira no ontem

o futuro não existe ainda. 

 

Mas, talvez

esteja revivendo o passado. 

 

Se for...

 

Não acho justo

precisar viver duas vezes

a mesma dor...

 

Não acho justo,

nem pra mim,

nem pra ninguém.

 

Acho que seria mais fácil

fazer o tempo parar

e eu ficar assim:

inerte, parada,

sem sentir nada,

até o passado passar,

e o presente chegar,

outra vez!

Maria
Enviado por Maria em 05/02/2023
Alterado em 05/02/2023
Comentários